
Estenose espinhal lombar
A coluna lombar está formada por cinco vértebras na parte inferior da coluna, entre as costelas e a pélvis. A estenose espinhal lombar é o estreitamento do canal espinhal, comprimindo os nervos que passam através da região lombar para as pernas. Enquanto pode afetar pacientes mais novos devido a causas de desenvolvimento, é mais comumente uma condição degenerativa que afeta pessoas com idades acima de 60 anos.
O estreitamento do canal espinhal usualmente ocorre lentamente, ao longo de muitos anos ou décadas. Os discos se tornam menos esponjosos com o envelhecimento, resultando na perda da altura do disco, podendo causar protuberâncias no disco endurecido em direção do canal espinhal. Os esporões ósseos também podem ocorrer e os ligamentos podem engrossar. Todos esses fatores podem contribuir com o estreitamento do canal central, e pode ou não produzir sintomas.
Os sintomas podem se apresentar devido a inflamação, compressão dos nervos ou os dois.
Tais sintomas podem incluir:
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Dor, enfraquecimento ou entorpecimento nas pernas, panturrilhas ou nádegas;
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Cãibras nas panturrilhas ao andar, com necessidade de descansos curtos para fazer longas caminhadas;
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Dor que se irradia para uma ou as duas coxas e pernas, similar ao termo leigo ciática;
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Em casos raros, perda do funcionamento motor das pernas, perda da função normal da bexiga ou intestino; e
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Dor que pode melhorar ao se curvar, sentar ou deitar.
A espondilolistese degenerativa e a escoliose degenerativa (curvatura da coluna) são duas condições que podem ser associadas à estenose espinhal lombar. A espondilolistese degenerativa (derrapagem de uma vértebra sobre outra) é causada por osteoartrite das juntas de faceta. Comumente, envolve o deslocamento da vértebra L4 por cima da L5. Usualmente é tratado com os mesmos métodos não-cirúrgicos (“conservativos”) e cirúrgicos da estenose espinhal lombar.
A escoliose degenerativa ocorre mais frequentemente na parte inferior das costas, e usualmente afeta pessoas com idades acima de 65 anos. A dor nas costas associada à escoliose degenerativa normalmente começa gradualmente e está ligada à atividade física. A curvatura da coluna nessa forma de escoliose é, em termos gerais, relativamente menor. A cirurgia pode ser indicada quando as medidas não-cirúrgicas não melhoram a dor associada à condição.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por um neurocirurgião baseado no seu histórico, sintomas, exame físico e resultados de exames.
Estudos por imagens usados podem incluir:
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Raio-X: Concentra a radiação através do corpo para criar uma imagem e pode mostrar a estrutura dos ossos, alinhamento da coluna vertebral e o contorno das juntas.
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Tomografia Computadorizada (TC): Cria imagens combinando múltiplos raios-X e pode mostrar o formato e o tamanho do canal espinhal, seu conteúdo, e as estruturas circundantes com detalhes da anatomia óssea.
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IRM: Cria imagens usando ímãs potentes e tecnologia computadorizada e pode mostrar a medula espinhal, raízes nervosas e áreas circundantes, assim como o alargamento, degeneração e tumores.
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Mielograma: Injeta corante contrastante no espaço do líquido cefalorraquidiano para contornar os nervos e a medula espinhal, e mostra evidências de qualquer pressão afetando essas áreas; visualizado em raios-x, por vezes feito com uma TC.
Tratamento não-cirúrgico
Uma combinação de tempo, medicação, cuidado da postura, alongamento e exercícios físicos podem ser úteis para muitos pacientes com dores repentinas. Cuidado com o peso, renúncia à nicotina e esforços para o fortalecimento dos ossos podem ser indicados.
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Medicação anti-inflamatória pode ser usada para reduzir o inchaço e a dor, e analgésicos podem ser usados para aliviar a dor. Muitas dores podem ser tratadas com medicação sem prescrição médica, mas se a dor for severa ou persistente, medicação com prescrição pode ser necessária.
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Injeções epidurais de medicação podem ser prescritas para ajudar a reduzir o inchaço.
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Fisioterapia e/ou exercícios prescritos podem ajudar a estabilizar e proteger sua coluna, aumentar sua resistência e flexibilidade. Terapia pode ajudar a retomar seu estilo de vida e atividades normais. Tipicamente, de quatro a seis semanas de terapia é recomendado.
Tratamento Cirúrgico
Seu médico pode recomendar a cirurgia se o tratamento não-cirúrgico (descrito acima) não melhora seus sintomas. Há diferentes tipos de cirurgias da coluna disponíveis, e dependendo do seu caso específico, seu neurocirurgião ajudará a determinar qual procedimento pode ser apropriado para você. Assim como qualquer cirurgia, os riscos de um paciente são considerados de antemão e incluem idade, estado geral de saúde e outros aspectos.
Você pode ser considerado um candidato para cirurgia se:
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A dor nas costas ou nas pernas limita suas atividades normais, ou prejudica sua qualidade de vida;
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Você desenvolve deficiências neurológicas progressivas (enfraquecimento das pernas, pé caído, entorpecimento do membro);
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Você sofre de perda das funções normais da bexiga e do intestino;
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Você tem dificuldade ao ficar em pé ou andar;
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A medicação e fisioterapia não forem efetivas; e
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Você apresenta bom estado de saúde geral.
Há vários procedimentos cirúrgicos diferentes que podem ser utilizados, a escolha é influenciada pela severidade do seu caso. Em uma pequena percentagem de pacientes, a instabilidade vertebral pode exigir que seja realizada uma fusão espinhal – esta decisão geralmente é feita antes da cirurgia. A fusão espinhal é uma operação que cria uma união entre duas ou mais vértebras. A fusão espinhal pode ajudar no fortalecimento e estabilização da coluna, e pode portanto ajudar a aliviar a dor severa e crónica nas costas.
Tipos de Cirurgias
A cirurgia mais comum na coluna lombar é chamada laminectomia descompressiva, na qual a lâmina (teto) das vértebras é removida para criar mais espaço para os nervos. Um neurocirurgião pode realizar a laminectomia com ou sem fusão verteral, ou remoção parte de um disco. Uma fusão espinhal, seja com ou sem instrumentos espinhais, pode ser usada para aprimorar a fusão e suportar áreas instáveis da coluna.
Outros tipos de cirurgias ou técnicas/métodos para tratar a estenose espinhal lombar incluem:
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Laminotomia: Cria uma abertura no osso (na lâmina) para aliviar a pressão nas raízes nervosas.
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Foraminotomia: Abertura cirúrgica ou alargamento da saída óssea para a raiz nervosa que sai do canal espinhal; pode ser feita sozinha, ou em conjunto com uma laminotomia/laminectomia.
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Facetectomia Medial: Remoção de parte da faceta (junta óssea) a qual pode ter crescido demais para criar mais espaço no canal espinhal.
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Fusão Lombar Anterior (ALIF): Remoção do disco degenerado acessado através da parte inferior do abdome. Um dispositivo estrutural é colocado para o tomar o lugar de suporte do disco removido (osso, metal, fibra de carbono, outro material), para que a fusão entre os ossos (corpo vertebral) acima e abaixo ocorra.
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Fusão Lombar Posterior (PLIF): Remoção do disco degenerado acessado pela pele das costas, remoção do osso posterior do canal espinhal, retração dos nervos para dar espaço ao disco. Um dispositivo estrutural é colocado para o tomar o lugar de suporte do disco removido (osso, metal, fibra de carbono, outro material), para que a fusão entre os ossos (corpo vertebral) acima e abaixo ocorra. É similar ao TLIF, mas normalmente feito em ambos os lados da coluna.
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Fusão Lombar Transforaminal (TLIF): Remoção do disco degenerado acessado através da pele das costas, remoção do osso posterior do canal espinhal, retração dos nervos para dar espaço ao disco. Um dispositivo estrutural é colocado para o tomar o lugar de suporte do disco removido (osso, metal, fibra de carbono, outro material), para que a fusão entre os ossos (corpo vertebral) acima e abaixo ocorra. É similar ao PLIF, mas comumente realizado em somente um lado da coluna.
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Fusão Póstero-lateral: Procedimento para colocar enxerto ósseo na parte traseira e lateral (is) da coluna para alcançar uma fusão.
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Fusão Instrumentada: Uso de equipamentos (ganchos, parafusos, outros dispositivos) para adicionar estabilidade à construção para a fusão.
Os benefícios potenciais da cirurgia devem sempre ser ponderados com seus riscos de cirurgia e anestesia. Embora uma grande percentagem de pacientes de estenose espinhal lombar que passam por cirurgia relate alívio da dor significativa após a cirurgia, não há garantia da que a cirurgia ajudará todos os indivíduos.
Fonte: American Association Neurological Surgeons - www.aans.org